terça-feira, 17 de novembro de 2009

Martin Carvalho ex Inter brilha na várzea (Texto e fotos Paulo Ludwig - Várzea Futebol Clube)

Fotos: Paulo Ludwig
*       A semifinal da Série B do Municipal de Porto Alegre, ocorrida nesta domingo, era mais uma partida como a maioria dos jogos de várzea. Muita força física, gritaria do lado de fora do campo e pouca bola rolando. Mas o camisa 7 do Moinhos de Vento destoava dos outros 21 jogadores. O rápido atacante atende pelo nome de Martin Carvalho. Ele mesmo. O filho do maior dirigente da história do Inter abandonou o futebol profissional e agora se diverte na várzea.

Na partida contra o Penharol, ele marcou os quatro gols da vitória por 4 a 1 do Moinhos. Com o resultado, a equipe chegou à final da competição e garantiu uma vaga na Série A do ano que vem. A decisão acontece no próximo domingo contra o Unidos do Fuzil.

Habilidoso e veloz, Martin atormentou a vida da zagueirada durante todo o jogo. No segundo tempo, veio o gol mais bonito. Após ganhar na corrida do zagueiro, a ex-promessa colorada deu um leve toque para encobrir o goleiro. Depois da pintura, um adversário esbravejou: “marca o filho do homem, pô!” 

Acostumado a jogar em tapetes verdes do Brasil e da Europa, Martin não parece se importar com a grama rala e os buracos do Ramiro Souto, no Parque da Redenção. Até mesmo as chegadas dos zagueiros são encaradas com naturalidade.

O pessoal chega muito forte na várzea. Muito mais do que no profissional. Mas eu estou envolvido com o futebol há muito tempo, estou acostumado com isso — finaliza Martin antes de receber os cumprimentos dos companheiros.
  Mas você deve estar se perguntando por que Martin desistiu do futebol profissional. A resposta é direta:

— Cansei dessa correria toda do futebol. Quero ficar mais em casa, estudar e me qualificar profissionalmente. Futebol agora, só por diversão —  afirmou Martin, que hoje, com 24 anos, estuda Administração na PUCRS e planeja abrir uma empresa.

A trajetória de Martin no Inter foi marcada pela sombra do pai. Campeão do mundo sub-15, o meia-atacante sempre teve que provar mais do que os outros. Depois de chegar  em 2007 ao profissional com status de promessa, foi emprestado ao Vasco. Não vingou no Rio e tentou a sorte da Europa. Ficou um ano e meio no Marítimo até decidir abandonar o esporte.

Na volta a Porto Alegre, há cerca de cinco meses, a paixão falou mais alto. Decidido, não tentou buscar algum outro clube. Aceitou o convite dos amigos de infância e passou a disputar a Série B do municipal. Mesmo acima do peso, a qualidade de Martin se sobressai a cada toque na bola. A vontade também impressiona. Humilde, ele se doou durante todo o tempo que esteve em campo e, mesmo depois de ser substituído, não deixava de incentivar os companheiros à beira do gramado.


Por Paulo Ludwig - Várzea Futebol Clube


       Comentário Clecio Ruver: Enquanto isso o Internacional continua dando chances para Maicon, Glaydson e outros jogadores sem nenhuma condição, Martin Carvalho nos poucos jogos que fez foi bem e merecia mais chances, uma pena poderia ter sido um grande jogador na minha opinião. E outra, olha só como os campos de várzea de POA são ruins, e ainda tem gente que fala mal dos nossos, mas aqui ao menos tem grama.

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