quinta-feira, 12 de março de 2009

Souza salva o emprego de Roth, Grêmio joga bem e vence.


Fica tudo em sua ordem natural: Grêmio firme e forte na Libertadores, Celso Roth no comando. O Tricolor venceu o Boyacá Chicó por 1 a 0 na noite desta quarta-feira, em Tunja, Colômbia, e recuperou os pontos perdidos na estreia, o empate por 0 a 0 com o Universidad de Chile em casa. O resultado tira da guilhotina o pescoço do treinador, que vinha padecendo com a ira da torcida desde a derrota para o Inter na final do primeiro turno do Campeonato Gaúcho. Souza, ainda no primeiro tempo, marcou o gol do Grêmio e garantiu o emprego do chefe, que seria demitido em caso de derrota. O time gaúcho agora soma quatro pontos, na segunda colocação do Grupo 7, atrás do Universidad apenas no saldo de gols – três contra um. O Boyacá, com três pontos, fica em terceiro. A lanterna da chave é do ainda zerado Aurora, próximo adversário tricolor, no dia 25, na Bolívia. Antes, o Grêmio volta a pensar no Estadual, já que enfrenta o Sapucaiense no domingo.
Tensão? Nervosismo? Pressão? Nada disso. O Grêmio, como se sequer soubesse o significado de uma crise, encarou o Boyacá Chicó com toda a naturalidade do mundo desde o início no primeiro tempo. Não que tenha sido fácil. Longe disso. Mas o Tricolor foi maduro o suficiente para encarar da melhor maneira possível um jogo de Libertadores fora de casa: primeiro, estudou o que ocorria dentro de campo; depois, foi para o ataque. E chegou ao gol. Souza foi o comandante da boa primeira etapa dos gaúchos, sustentados por um 3-5-2 que variava para o 4-4-2 graças ao avanço do zagueiro Réver para a zona dos volantes. Aos 16 minutos, o camisa 8 quase colocou o Grêmio na frente ao chutar com perigo de fora da área. A bola passou rente à trave direita do goleiro Velásquez. O lance foi uma espécie de tubo de ensaio para o gol. Aos 31, não teve escapatória para os colombianos: o meia bateu com força e precisão uma falta que ele mesmo sofrera na entrada da área. Grêmio na frente: 1 a 0. O gol foi precioso. A partir dele, a partida entrou em um novo momento, com evidente supremacia azul. Antes, o embate era absolutamente equilibrado, com oportunidades semelhantes de lado a lado, sempre em chutes de média e longa distância. Mas a partir do instante em que a bola tocou na rede colombiana, a balança pendeu para o lado brasileiro. O que era bom poderia ter ficado ótimo se Jonas, agitado feito uma pulga no ataque, não tivesse dado o azar de ver um chute vistoso, daqueles que nascem para ser golaço, estourar no travessão do goleiro. Uma pena... Com a zaga adversária desnorteada, Ruy quase ampliou aos 40 minutos. Ele partiu em disparada e mandou chute por cima, com perigo. Se o primeiro tempo tivesse mais uns cinco minutos, o Grêmio poderia ter feito estrago maior no acanhado estádio de Tunja.
O Boyacá Chicó voltou para o segundo tempo disposto a buscar o empate. Os primeiros cinco minutos foram de pressão dos enxadrezados, como são chamados na Colômbia. Victor precisou agir para evitar gols de Tapia. Foram dois chutes do meia. No primeiro deles, o goleiro gremista fez defesaça ao voar para espalmar a bola. Após alguns sustos, o Grêmio conseguiu se equilibrar e passou a perder gols. As entradas de Herrera e Makelele no lugar de Alex Mineiro e Tcheco fizeram bem ao time. Aos nove minutos, Jonas se livrou da zaga, partiu em disparada e ficou na cara do goleiro. Mas errou o chute. Desperdiçou gol feito. Souza, pouco depois, mandou chute perigoso, para fora. Todo o esforço dos colombianos para encontrar o empate foi inútil. A zaga gremista, bem postada, cortou o barato deles e facilitou a vida ofensiva do time de Celso Roth. Jonas, aos 25 minutos, forçou o goleiro Velásquez a praticar grande defesa. Souza, aos 28, chutou perto da trave esquerda. A expulsão de Mahecha, por simular falta, facilitou os últimos 20 minutos de jogo para o Grêmio. O Boyacá seguiu à caça do gol, mas sem sucesso. Aos 34, Jonas perdeu gol triplo. No primeiro chute, o goleiro pegou. No segundo, ele mandou na trave. No terceiro, quase dentro do gol, chutou para fora. Não fez, mas quase levou, já que aos 43, Victor foi obrigado a fazer difícil defesa em cabeçada de Palácios. E nos minutos finais, suportou uma pressão dos anfitriões, que estavam com um a menos. O Grêmio segurou o placar e, de quebra, impediu que Roth engordasse a lista de brasileiros desempregados. A paz está de volta ao Olímpico.
Globo.com

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