Paranóia do Gre-Nal

Depois do clássico de domingo, a polêmica não foi sobre algum lance não marcado pelo juiz ou um gol mal anulado. Nada disso. Carlos Simon e seus assistentes tiveram excelente atuação e passaram longe do resultado, inclusive, atuando com precisão quando exigidos. A polêmica do Gre-Nal foi com o 5º árbitro, o auxiliar Alexandre Kleiniche, que estava atrás do gol no pênalti cometido por Rochemback. Uma imagem atrás do gol mostra apenas o braço direito de Kleiniche, com o punho cerrado e balançando, tal como uma vibração. Pois bem, na câmera de ângulo aberto, quando mostra o lance, basta prestar atenção do auxiliar ao lado da goleira, com uma camisa verde-limão, batendo com o braço esquerdo no direito (coisa que a câmera de trás não mostra).

É orientação da FGF há 2 anos para os auxiliares ficarem ali e informar o árbitro principal da infração. É um lance tão inusitado que a reação imediata é levantar o braço para avisar o juiz. Foi o que fez Kleiniche. Sei que é difícil para as pessoas aceitarem que não existe forma de participar de um Gre-Nal sem torcer. Mas isso existe. Assim com um repórter - que um dia foi torcedor - jamais vai torcer atrás de um gol, um árbitro está ali trabalhando e não identifica azul ou vermelho e sim as regras do futebol. É o trabalho dele. A legislação diz que "até que se provem o contrário, todos são inocentes". Infelizmente, no futebol é o contrário.

Conversei hoje à tarde com Alexandre Kleiniche que confirmou ser uma orientação: "Éramos um quinteto e estávamos todos conectados. Eu apenas quis avisar o Simon e ele já estava marcando, inclusive. O Altemir (Hausmann) também sinalizou do outro lado. Estamos ali pra isso. Quando vi o lance, imediatamente comecei a bater no antebraço pra avisar que houve o toque", disse o auxiliar.

Crise dá ibope, mas prefiro a verdade dos fatos.