quinta-feira, 6 de maio de 2010

Desafio do Peral, por Beto Cornelius (http://www.ciclismotrespassos.blogspot.com/)

Amigos,
Volto a escrever para relatar nossa espetacular aventura do fim de semana. Tínhamos programado pedalar de Três Passos à Palmitinho (cidades aqui da região noroeste do RS), trecho nomeado DESAFIO DO PERAL.

Essa história começa em fevereiro/2010. Eu e o Felipe havíamos pedalado nesse trecho, avançando uns 15 km além Tenente Portela. Ficamos impressionados com o relevo e com as paisagens daquela região. Desde então, colocamos como um objetivo, como um desafio pessoal ir até Palmitinho. Sabíamos que não seria fácil, mas não víamos a hora de superar logo essa meta.

Bueno, voltando para o fim de semana. Divulgamos através do blog e convidamos todos os ciclistas da ACTP para participarem do desafio, mas o único a encarar foi o Jonathan (guri dos bons, têm o brio que move os ciclistas). Então o grupo estava formado: Beto, Felipe e Jonathan.

Saímos de Três Passos as 8:30 e rumamos pela serra do rio Turvo, em direção a Portela. Começando a descida, fomos surpreendidos por uma forte serração. A paisagem, que já é linda, estava deslumbrante. A sensação era que estávamos pedalando nas nuvens. Até brincamos “abriram a geladeira”, com a neblina, a temperatura baixou ainda mais.

O tempo abriu quando começaram as subidas. Seguimos num bom ritmo, mas nos poupando para os “perais” que tínhamos pela frente. Durante todo o percurso eu ficava pensando na subida de mais de 4 km que teríamos que enfrentar na chegada à Palmitinho. Próximo a Portela o Felipe se distanciou, eu e o Jhony seguimos no mesmo ritmo.

Após uma rápida parada para um abastecimento vieram as incríveis descidas que se estendem após Tenente Portela. Nesse ponto eu busquei curtir a descida e apreciar as lindas paisagens, mas no fundo, já estava imaginando a volta (vai ser dureza!). Pedalamos uns 20km dentro de um lindo vale e nada do Felipe. Mas tranqüilo, seguimos em frente, curtindo e nos preparando para o “peral”.

Próximo das 10:30, chegamos no pé do morro que antecede a chegada a Palmitinho. O sol já estava forte. Nos preparamos tirando o excesso de roupa, fazendo um leve alongamento, tomando água e se alimentando. Tudo pronto, começamos a encarar o nosso desafio. A medida que íamos subindo, podemos observar as casas ficando cada vez menores. O suor começou a escorrer. Já começávamos a pensar “deve acabar depois daquela curva”, capaz! Depois da curva vinha outra reta, ainda mais íngreme. Mas fomos pedalando, pedalando, pedalando. Me concentrei na respiração e na minha postura. Olhava pro Jhony e o guri, apesar de meio assustado, seguia firme. E assim, com muita garra, superamos o temido “peral” de Palmitinho, a nossa maior subida até hoje.

A cidade de Palmitinho começa exatamente onde acaba a subida. Entrando na avenida principal, encontramos o Felipe. Enquanto procurávamos um local para comermos, fomos trocando observações sobre o trecho. Estávamos todos impressionados com a subida e muito contentes por termos conseguido superar este desafio. Seguindo pela cidade, uma senhora puxou conversa conosco. Muito gentil, ela nos indicou um restaurante onde poderíamos almoçar. Para nossa sorte, almoçamos uma bela massa e uma deliciosa lasanha. Enquanto ficamos pelo restaurante, várias pessoas vieram conversar conosco, curiosas e admiradas com a nossa aventura. Tivemos uma ótima impressão de Palmitinho, tanto pela hospitalidade de seus habitantes como pela beleza da cidade.

Após alguns minutos de descanso, era hora de voltar. Depois de todo aquele suador, que maravilha foi descer o peral! Seguimos juntos pelo vale, em um ritmo bem leve. Ainda não tínhamos digerido todo o almoço.

Sabíamos que as subidas na chegada de Portela seriam bem duras, ainda mais com o sol a pino. A variação da temperatura foi muito grande, devemos ter saído com uns 15°C e, pelo calor que sentimos na volta, acredito que tenha chegado perto dos 30°C. As subidas foram mais duras do que imaginávamos.

Chegamos em Portela, agora estamos em casa! Não foi bem assim. Ainda bem que os primeiros 15Km foram, na maioria, descidas. Chegando na ponte do rio Turvo, tivemos que encarar a já familiar subida que nos leva à Três Passos. Não tão grande como o peral de Palmitinho, nem tão íngreme como as subidas de Portela, mas com seus 4Km e com um calor de derretar, foi dureza. Buscando nossas poucas reservas de energia e a garra que alimenta e motiva os ciclistas, chegamos triunfantes em Três Passos. A sensação que sentimos foi indescritível. Uma mistura de realização com orgulho, de satisfação com dor. Um sentimento de força e de dever cumprido que vamos guardar para sempre.

Foram 115Km percorridos em um relevo dos mais difíceis, 7h de muita dedicação, de muita força. Valeram todos os dias que pensamos em realizar esse pedal, porque além de termos superado um desafio pessoal, participamos de uma incrível pedalada!
Felipão, Jhony, obrigado pela companhia. Vocês são feras!




2° DESAFIO DO PERAL
Data: 16-05-2010
Saída: 8:30
Estão todos convidados!

Um comentário:

Clecio Ruver disse...

Que desafio dos nossos amigos Três-passenses, parabéns.